Quando começamos a trabalhar com confeitaria em casa é muito comum uma certa "exploração" por parte de amigos e parentes, saiba como dar um basta nessa situação.

Quero ter chocolates firmes e com brilho

Nunca mais tenha seu chocolate derretendo e sem brilho

Quero te entregar todos os segredos do chocolate para que você possa produzir sem erros e desperdícios na sua cozinha de casa.

Quero ter chocolates firmes e com brilho

Quando meu primeiro filho nasceu, a minha meta era fazer os doces do aniversário dele. Isso foi influência da minha mãe, que desde que me lembro por gente não deixava faltar um bolo feito por ela mesma no dia do meu aniversário - que sempre era azul e rosa pois eu dividia a comemoração com o meu primo, que faz aniversário um dia depois de mim. Era o melhor bolo, sem dúvida nenhuma. Ia a aniversários de amigos e nunca conseguia comer o bolo porque ele nunca chegava aos pés do bolo da mamãe. Ela me deixou com paladar exigente.. (risos) Até hoje amigos e parentes lembram do bolo azul e rosa que todos comiam e pediam mais um pedaço.

Então naquele primeiro ano de vida do meu pequeno, quando ia visitar a minha mãe sempre levava um caderno de receitas pra me munir de informações e fazer bonito na comemoração de primeiro aninho do Dudu. E funcionou! Gostaram tanto que não sobrou nem pro outro dia... confesso que achei maldade comigo, poxa queria tanto mais uma fatia...

E foi a partir dali que eu virei a boleira da família - e dos amigos

Eram bolos para as primas, primos, tios, tias, sogro, cunhado, vizinha... O problema era que eu era iniciante, e apesar de estudar muito sobre o assunto e gostar muito do que fazia, não recebia um tostão pra fazer isso. Eles vinham, assim como quem não quer nada, e pediam com aquela carinha de gato do Shrek: ""Joyce, o fulano vai fazer aniversário dia tal e eu queria muito que você fizesse o bolo dele, teu bolo é tão gostoso, todos amam e eu sei que vai ser sucesso! Eu compro todos os ingredientes, quando tu pode ir lá em casa fazer?"" - e eu ia.

No começo parecia ser uma boa idéia

Afinal eu iria praticar e aprender mais, mostrar para mais pessoas o que eu fazia... Só que na prática não funcionava assim... Os convidados acabavam adorando o bolo, mas sem saber quem tinha feito. Ou seja, não conseguia a divulgação que eu esperava e me sentia frustrada. O pior não era isso... Eu resolvi me profissionalizar e realmente vender os meus produtos e imaginava que aquelas pessoas que já conheciam o meu trabalho, afinal eu já tinha feito bolo para elas, iriam se transformar em meus clientes. E eles realmente voltavam a me procurar, todos eles. Mas para fazer o mesmo pedido anterior... E lá ia a Joyce, de avental, touquinha e batedeira no colo para fazer bolo e não ser remunerada e tampouco valorizada por isso.

Os anos foram passando....

E eu aprendi a dizer não a essas pessoas e a conquistar clientes que realmente me pagavam pelo meu trabalho. Não foi fácil, as vezes acho que consegui por pura teimosia mesmo. Olhando o passado vejo o quanto algumas pessoas me desvalorizavam, talvez pelo fato de trabalhar em casa, talvez porque a vinte anos atrás a confeitaria não era glamourizada como é hoje, mas o que eu realmente acredito ser o motivo disso é apenas porque eu permiti que fizessem isso comigo. Eu sempre tive a opção de dizer não, mas demorei demais para ter coragem de fazer.

Onde quero chegar com essa história?

Quero inspirar, quero motivar, quero dizer a você, que está iniciando e também passa por isso, que não precisa e não deve permitir que desvalorizem o seu trabalho como eu fiz. Que você pode sim se recusar a trabalhar de graça e que deve sim impor respeito, afinal ninguém pede para um mecânico vir arrumar o carro de graça só porque é amigo ou parente né?

Liberte-se, profissionalize-se e permita-se fazer o que ama e lucrar e ter sucesso com isso sim!

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