Se eu te perguntar agora qual o valor da sua hora de trabalho, você saberia me responder?
Nunca mais tenha seu chocolate derretendo e sem brilho
Quero te entregar todos os segredos do chocolate para que você possa produzir sem erros e desperdícios na sua cozinha de casa.
Quero ter chocolates firmes e com brilhoOi, eu sou a Joy.
Se eu te perguntar agora qual o valor da sua hora de trabalho, você saberia me responder?
Se sim, a sua hora de trabalho está calculada dentro do preço de seu produto?
E quando é um produto personalizado, que só você faz, cheio de detalhes pensados exclusivamente para o seu cliente, você cobra a mais por isso?
Não sei se acontece com você, mas pelos comentários e dúvidas que eu recebo diariamente eu percebo que a grande maioria das confeiteiras ou confeiteiros, infelizmente ainda não sabe quanto vale a sua hora trabalhada e não coloca isso no custo do seu produto, ou, quando coloca, apenas chuta um valor qualquer.
Eu sei porque eu já fiz assim, mesmo sabendo que era errado, continuei assim por um bom tempo.
Mas porque que a gente faz isso?
É sobre isso que a gente vai falar no post de hoje.
NÃO TRABALHE DE GRAÇA
O que acontece é que quando a gente começa a vender os nossos doces, e tenta empreender com confeitaria em casa a gente foca muito mais na produção porque é disso que a gente gosta, não é verdade? Daí a gente sabe que precisa colocar um preço pra vender, mas tenta fazer isso de forma mais prática, calcula custo e multiplica vezes 2 ou 3 e pensa: Pronto, já tenho lucro.
Mas o fato é que se você vende seu produto baseando o seu preço única e exclusivamente no custo dos insumos, água, luz, embalagem e lucro, eu lamento te dizer isso mas existe uma chance enorme de você estar trabalhando de graça. Não é à toa que você não vê lucro no fim do mês. É que ele não existe mesmo.
Como assim?
Calma que eu explico.
Se você parte desse princípio ao calcular o seu preço (custo dos insumos, água, luz, embalagem e lucro), é como se você estivesse trabalhando em uma empresa sem receber salário pelas horas trabalhadas. No caso de você trabalhar pra si mesma, o que vai ser sufocado é o seu pró-labore que é o salário do empreendedor.
Eu também já calculei errado os meus preços e aprendi na marra como isso acaba atrapalhando, no meu caso eu gostava tanto de produzir meus doces, que acabava achando que os clientes não comprariam se eu cobrasse mais caro.
O que acontecia é que eu não abria mão de fazer e vender, então eu descia o preço. O que que eu podia fazer né? Eu colocava um valor que garantisse pelo menos os meus custos e uma certa margem de lucro - e com isso acabava não valorizando minha mão de obra.
E eu achava que isso tudo era normal. porque eu não via minha produção como trabalho, de tanto que eu gostava de fazer.
E o resultado disso é desastroso, e invisível. É uma doença que corrói o seu negócio de doces por dentro.
- Primeiro porque se eu me desvalorizo, como profissional, eu estou desvalorizando toda uma categoria de profissionais, puxando a média de preços de todo mundo pra baixo.
- Segundo porque acabamos usando o dinheiro que deveria fazer parte do lucro, como se fosse nosso salário, quando na verdade o lucro não é dinheiro nosso e sim do nosso negócio. É esse dinheiro que vai pagar por estoque, por investimento em embalagens, em material gráfico, em marketing e divulgação pra atrair mais clientes, por equipamentos melhores... Se a gente usa esse dinheiro, o caixa da empresa fica vazio e no final do mês acabamos com a sensação de trabalhar e trabalhar e não sair do lugar.
- E terceiro porque com o tempo, caso isso tudo não seja corrigido, a tendência é cada vez mais diminuirmos a qualidade de nossos produtos porque vai faltar dinheiro no caixa. A consequência disso é ter cada vez menos vendas e mais dívidas. E o negócio que antes era um sonho, um prazer começa a virar dor de cabeça e pesadelo.
Claro que isso não acontece de uma hora pra outra, mas quando esses sinais começam a ficar visíveis, pode já ser tarde demais.
Muitas pessoas abandonam o sonho de ter a própria confeitaria por causa disso.
O JEITO ERRADO
Esse é um dos motivos de eu bater na tecla de que precificar usando a multiplicação por 3 ou 4 não é o ideal, mesmo pra quem tá começando agora.
Acontece que quando precificamos assim só multiplicando, a gente tá definindo todo o preço baseado nos nossos custos sem considerar o tempo de produção dele. E cada produto tem um tempo de produção diferente.
Uma barra de chocolate maciça leva menos tempo de produção que uma barra de chocolate maciça pintada com manteiga de cacau por exemplo.
Então o custo do produto não só precisa ter o custo de mão de obra, mas essa mão de obra vai variar de acordo com o tempo de produção.
Vamos supor que eu vá colocar o custo das duas barras na ponta do lápis. A maciça simples e a maciça pintada com manteiga de cacau. O custo da pintura não vai aumentar tanto assim o custo final da barra pintada. Então se eu usar a multiplicação por 3, pra definir o preço, no fim das contas ele fica quase o mesmo.
Porém, pra produzir a barra pintada, você vai levar duas a três vezes mais tempo pra produzir, porque a pintura é um processo mais delicado, manual.
Ou seja, você vai estar trabalhando 2 a 3 vezes mais pra receber o mesmo preço no final das contas?
Não pode, porque na verdade nesse produto que demanda mais tempo de produção, tu deveria estar ganhando bem mais pela sua hora trabalhada, porque afinal, tu trabalhou mais pra produzir a barra pintada do que a barra simples.
Além de você ter que colocar uma margem de lucro maior, porque você tá agregando um diferencial no produto. Certo?
Eu estou falando aqui de uma decoração de pintura com manteiga de cacau pra usar como exemplo, mas poderia ser de pasta americana, ou o que for que assim como a pintura demande mais tempo de produção e agregue mais valor.
Ou seja, precificando sem pensar na mão de obra, a gente perde dinheiro e trabalha mais.
O JEITO CORRETO
Então sempre que for colocar um preço no seu produto, pense se o valor do seu trabalho está incluso nele.
Alias, antes mesmo de precificar o seu produto, descubra quanto custa a sua hora trabalhada pra que você não acabe pagando pra trabalhar, assim você vai poder colocar o preço no seu produto com a segurança que o valor de sua mão de obra está garantido.
Ah Joy, mas eu não posso cobrar assim ainda, eu to só começando, preciso cobrar bem abaixo do mercado pra atrair uma clientela.
Pensa comigo, que tipo de cliente você vai atrair agindo assim? São esses os clientes que você realmente quer? Se for tudo bem, mas se não, não é porque você tá começando que tem que começar errado.
Uma vez eu li uma coisa que me marcou muito, nem lembro onde foi mas dizia assim: O mercado não exige que você começe grande, ele exige que você comece profissional. Só isso.
A importância de valorizarmos nossa mão de obra
A importância de você valorizar o seu trabalho vai além de garantir um valor justo pelo tempo que você se dedica a dar o melhor pro seu cliente.
Valorizar o nosso trabalho faz com que o cliente também respeite o seu trabalho e te posicione como uma profissional.
Vai te possibilitar deixar o seu lucro pra ajudar no crescimento de seu negócio, e melhorar cada vez mais a qualidade de seus produtos pros seus clientes.
E não vai contribuir pra deteriorar toda uma classe de profissionais que estão no mesmo campo de batalha que você.
É um ganha-ganha pra todos, no fim todos ganham.
E se isso encarecer o produto e seu cliente reclamar, te garanto que esse não é o cliente pra você, porque o cliente ideal é aquele que acima de tudo valoriza o seu trabalho que você faz com tanto carinho pra entregar o melhor pra ele.
Se isso tá acontecendo é porque você tá errando o seu público alvo, mas isso é conversa pra outro dia. Me cobra que eu faço um post pra gente falar disso, combinado?
Espero que esse post tenha te ajudado a identificar se você também passa isso, e a abrir a sua mente quanto a valorizar o seu trabalho.
Você se esforça, estuda, se dedica, se capacita pra dar o melhor pro seu cliente, precisa se valorizar. Se você não se valorizar, quem vai? Pensa nisso!
Eu tô aqui só pra dar aquele empurrãozinho, mas essa mudança precisa partir de você. Bora arregaçar as mangas que tudo vai dar certo!
Eu espero que você tenha gostado desse post, muito obrigada pelo seu carinho de ler até o final, um beijo bem doce pra você e até o próximo!
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